Opinião - Taxi Driver (1976)

Nome Original: Taxi Driver

Diretor: Martin Scorsese

Roteiro: Paul Scharader

Atores: Robert De Niro, Jodie Foster, Cybill Shepherd, Harvey Keitel, Albert Brooks

Um ótimo filme de Martin Scorsese em uma de suas parcerias com Robert De Niro, que reflete de maneira profunda a personalidade de um homem atormentado pelo desejo de mudança, de ser algo a mais numa sociedade aflingida pelo comodismo de sua situação atual. Travis Bickle (Robert De Niro) é um ex-fuzileiro naval, dispensado de sua função, e que busca uma nova ocupação. Sendo assim, ele consegue um emprego como motorista de táxi na cidade de Nova York, uma cidade que ele considera impregnada por uma escória (que na sua opinião são negros marginalizados, prostitutas, traficantes e outras minorias), e ele passa a conviver com todos eles na noite da cidade, enquanto trabalha.

Nesse meio tempo, ele conhece Betsy (Cybill Shepherd), uma garota que chama sua atenção, mesmo sendo tão oposta a ele. Na tentativa de impressiona-la, ele acaba estragando tudo e perdendo-a. Mas é através dela que ele conhece o Senador Charles Palantine, um canditado a presidência do país que Travis acaba conhecendo pessoalmente após transportá-lo em seu táxi. É nesse ponto que podemos perceber o quanto Travis é preconceituoso e intolerante, quando ele propõe ao candidato uma “limpeza” de todos que ele considera inadequados como cidadãos na cidade de Nova York. É também através de seu táxi que ele conhece Easy/Iris Steensma (Jodie Foster), a responsável pelo final surpreendente do filme.

É visível que Travis enxerga em Iris uma esperança de mudança (Iris é uma prostituta de 12 anos de idade), já que para ele, ela é apenas uma vítima da escória de NY. Então ele tenta ajuda-la, de várias maneiras possíveis, tudo para tirá-la daquele lugar.

Mas no desenvolvimento do filme vemos o quão pertubado Travis se torna, passando a comprar e portar várias armas e planejando matar o senador Palatine, plano que acaba não dando certo. Porém, ele vai atrás de Iris, e num momento de impulso, ele comente assassinatos sangrentos em nome da menina. Travis tenta se matar, mas não consegue. E qual não é a surpresa, ao vermos que Travis é considerado um herói nacional após matar 3 homens em uma mesma noite, a sangue frio?

Um ótimo roteiro de Paul Schrader, que nos faz pensar como a sociedade encara atos controversos como esse da maneira que melhor lhe apetece, melhor lhe parece. Uma verdadeira viagem no psicológico de um cidadão dos anos 70 através da mente de Scharader e Scorsese, e pela brilhante atuação de De Niro, abalados pelo constante fantasma dos EUA, principalmente naquela década, a Guerra do Vietnã, fonte inacabável de perturbação e violência gratuita, que acaba se refletindo nesse filme.

Nota: 8,5/10